sábado, 6 de janeiro de 2018

Vulcano e as Borrachas



Uns dias antes da ida a Monsaraz, a X8 começou a ter alguma dificuldade em pegar. Até que, deixou mesmo de o fazer. Tinha motor de arranque, mas não conseguia que o motor pegasse. 

Com a ajuda do Paulo, verificámos a vela e concluimos que tinha faísca.

Uma inspecção visual na baía do motor permitiu verificar que uma das saídas de ar fixa na falange do carburador, através de vulcanização, se havia destacado. Estava solta ou descolada. Encostei-a e o motor pegou de imediato.

Mas só trabalhou bem até desligar o motor quando cheguei a casa.

Percebi então que depois de o motor pegar provavelmente o efeito de sucção permitia manter a pequena peça agarrada à borracha cumprindo o seu papel. O problema era desligar o motor.

Uma vez rodada a chave para a esquerda, para voltar a reanimar o motor era necessário abrir o banco, encostar à falange a ponta da peça destacada, e só depois accionar o motor de arranque.

Claro que esta solução era provisória, e depois de uma ida relâmpago à Oldscooter, percebeu-se que os treze anos de desgaste na X8 provocaram também um rasgão na falange, para além do próprio destaque da peça metálica, por efeito da cedência da vulcanização. Borrachas ressequidas nesta peça em específico foi um problema que também tive na Helix, quando esta tinha uns anos mais do que a X8, mas não muitos.    







Uma das vantagens desta X8 é ter o motor LEADER da Vespa GT200, e boa parte dos seus periféricos. Esta consanguinidade permitiu que a Oldscooter tivesse a falange do carburador em stock. De outra forma, não teria sido possível ao Ricardo diagnosticar o problema, descer ao armazém e substituir a falange, tudo em meia hora.   



Peça substituída e verifico que a X8 está a andar certinha, mas com menos rendimento. Descobri uns dias depois, já na viagem a Monsaraz, que está a andar significativamente menos em autoestrada, de punho aberto. Como se tivesse uma 125cc, com uns cinco cavalos a menos. Na cidade, onde nos meus percursos diários raramente preciso (ou posso) atingir mais de sessenta ou setenta, nota-se menos. Continuo a sair facilmente à frente dos automóveis nos semáforos. O que contribui para que não tenha ido ainda à oficina.

Não sei ainda se esta quebra se deverá a uma diferente mistura ar-gasolina por ter deixado de entrar ar adicional por via da ruptura (anterior?) da falange do carburador. Ou se algo de diferente terá determinado essa falta de rendimento comparativa. Sei que aquando da substituição da falange o carburador não foi reafinado, até porque se tratou de uma reparação não programada, em regime SOS.

Tenho que arranjar tempo para regressar à Oldscooter e tirar isso a limpo. E dar uma lavagem nesta baía do motor. Borrachas mais limpas e menos secas gretam menos, duram mais.





2 comentários:

Julio disse...

Quando tinha a minha Honda Dominator, arranjei um produto para aplicar nas borrachas e usava nessa mesma peça de acesso ao carburador. Depois de aplicar o produto ficou com muito melhor aspecto, e a promessa de durar mais uns bons anos. Naquele caso não tinha chegado a rasgar, fi-lo apenas por prevenção. Não me lembro agora do nome do produto mas vou ver se o tenho aí guardado e empresto-te se quiseres. Um abraço

VCS disse...

Júlio,

Obrigado pela dica. Eu tenho uma embalagem de Gummy da Einszett que costuma ser um produto conceituado para condicionamento e tratamento de borrachas. A última imagem do post testemunha um certo desleixo do anterior proprietário da X8, que eu ainda não tive oportunidade de corrigir, pois tem havido outras prioridades.
Claro que em motos com esta idade é normal que estes problemas comecem a surgir, o facto de não ter havido propriamente prevenção ajuda a acelerar este desgaste.

Abraço,
Vasco