Após semanas sem sair da garagem com o capacete na cabeça, penso nas minhas escolhas de duas rodas para o próximo futuro. Há um lado de mim que me diz que duas scooters já chega. E outro que quer viajar mais vezes para distâncias mais longas em espaços de tempo mais concentrados, tipicamente um fim de semana, como fiz com a NC700X do Júlio em Julho.
O clássico objectivo difícil de conciliar com a scooter, que é lenta por definição. A scooter é excelente para explorar, e como companhia de viagem também não se deve menosprezar, porque é uma ferramenta capaz e muito mais divertida do que parece à primeira vista.
Porém, quando se trata de ligar A a B, e esses lugares estão suficientemente afastados para consumir na íntegra (ou quase) o tempo disponível, a consequência é óbvia: fica-se sem oportunidade para explorar o destino. Não se corre para B, mas fica-se sem tempo para estar em B. O que também é uma limitação, e muitas vezes não é pequena.
Por outro lado, o alcance da scooter em horas / quilómetros é também mais reduzido, o que limita o perímetro a explorar à volta de casa.
É certo que a Vespa GTS está a meio caminho entre uma scooter tradicional pequena - vamos dizer, a LML - , e uma moto em termos, por exemplo, de capacidade para rolar. Mas não é a mesma coisa, e também não foi com esse objectivo que comprei a GTS.
A solução passa, então, por adicionar uma moto. Que moto ? Uma velha, com certeza.
Nos últimos anos equacionei comprar, a espaços e com intensidade variável, uma moto de enduro suave e pequena, entre uma Yamaha Serow 225 e uma Honda NX 250. Tinham a vantagem de poder utilizar perto de casa, em trilhos, despreocupadamente. E de aprender a andar em terra. Essas aspirações endurísticas foram amolecendo no meu espírito, e não chegaram a concretizar-se. Hoje, para o que me apetece fazer, também não se adequariam, uma vez que o alcance em termos de perímetro não seria substancialmente diferente de uma scooter, para viajar em pouco tempo.
Sobra, assim, uma moto suficientemente velha para ser económica na aquisição, moderadamente poupada, com capacidade para fazer quilómetros em conforto, suave, robusta, com dois cilindros, apta a algum fora de estrada, e fácil de voltar a vender se concluir que a utilização que lhe vier a dar não é suficiente para justificar mantê-la no estábulo.
Esse canivete suíço existe e tem um nome: Honda Transalp 600V.
Resta agora encontrar o negócio certo.