A Piaggio acaba de anunciar uma tímida renovação da GTS, a mais rápida Vespa de produção de sempre na sua declinação 300.
Com origem na GT 200L, apresentada em 2003, que evoluiria para a GTS 250 i.e. em 2005, a GTS 300 Super surgiu no mercado em 2008, há já seis anos. E desde essa altura que o modelo estava intocado, sem sofrer qualquer alteração - mesmo estética - digna desse nome, o que, não sendo propriamente um feito, começa a ser raro para os padrões da indústria do século XXI.
Há muito que se especulava sobre uma inteiramente nova GTS com o motor da Beverly 350, com ABS/ASR e uns respeitáveis trinta e três cavalos de potência, mais onze do que os que se podem encontrar na actual GTS 300.
Aparentemente este anúncio de 24 de Abril vem afastar, pelo menos para já, dois cenários: a possibilidade do lançamento imediato de uma nova GTS com uma monocoque diferente da original apresentada em 2003 na GT 200. E a hipótese da instalação do motor 350 no quadro actualmente existente, talvez por se entender que a disponibilidade de potência é demasiada para a configuração de rodas de doze polegadas.
Em termos mecânicos, está disponível o ABS/ASR de dois canais como novidade (embora na antiga 250 já existisse a opção ABS), mas com a mesma motorização 300 até aqui em catálogo. Mantém-se o monobraço tradicional à frente, embora com o novo sistema ESS que (julgo) se propõe estabilizar o afundamento na travagem, já visto na nova Sprint.
Para além destas diferenças de ordem mecânica, existirá agora uma outra para quem anda sempre ligado: a possibilidade de conexão da GTS com smartphones através de uma plataforma multimédia Vespa pensada de raiz para permitir aceder, por exemplo, a vários parâmetros de performance da scooter.
No mais, a renovação estética - em geral para pior - que é ténue e de detalhe: novo farolim com relevo e de aro cromado, luzes de presença com LED, um novo painel de instrumentos com inspiração nas primas mais novas Primavera e Sprint. Friso diferente no banco, tampa do avental, bacalhau e alguns outros pormenores quase invisíveis.
No fundo, essa quase invisibilidade só serve para mostrar o avesso dessa mudança: que a GTS é e continua a ser uma scooter bem desenhada e que envelhece moderna. Ou será que devemos dizer clássica ?
Imagens: Piaggio Group