sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Na Terra de LML





Primeiros mil quilómetros feitos em trinta dias de azeitona, a minha LML. Como dizia a feliz metáfora do Hugo Reis aqui neste mesmo espaço, optar por uma LML "é como escrever textos à máquina para depois digitalizar e enviar por email e ainda argumentar que é a maneira certa de fazer as coisas."  

Ainda é cedo para balanços. Até porque há vários aspectos que ainda não estão operacionais para se fazer uma avaliação justa da LML, o mais relevante dos quais é o alinhamento da forqueta e a correspondente interferência na dinâmica da máquina. 

Já sabia que teria que comprar uma bateria e finalmente fui hoje buscá-la à Old Scooter. Andou durante este mês sem bateria, talvez para o mergulho na experiência ser mais autêntico, usando o kick, em vez do polegar num botão, que nem sei se funcionará.

Para além dos anoréticos consumos de cerca de dois litros aos cem, o que posso atestar é que tenho feito um número anormalmente alto de quilómetros em terra. Tudo serve para me desviar por atalhos que levantam pó. Percebo agora que é uma scooter fácil de levar pelos maus caminhos (!) que teimam em pairar no meu horizonte, o que ajuda a explicar este apetite quase insaciável. É sobretudo uma mudança radical face à Helix, demasiado longa e cansativa nestes terrenos. 

O que também já percebi é o que é que o motor me faz lembrar em termos de carácter: um diesel dos anos 80. Vou ter seguramente a scooter mais lenta do grupo no próximo Lés a Lés. O que me intriga e entusiasma. Mais uma primeira vez culpa da LML.     


















4 comentários:

Barreto disse...

gosto especialmente de as ver na terra, em locais reconditos e onde a paisagem chama ao boneco.
e onde são esses bonecos vasco? quero uns 'colantes desses do vcl pró meu vespão!!

VCS disse...

Barreto,

Os bonecos foram feitos numa área concentrada. As imagens 1, 3 e 6 são em Peniche. As fotografias 2, 4 e 5 foram feitas em Porto das Barcas, uma praia recôndita de pescadores, com acessos em terra, que tem pelo menos duas curiosidades: o facto de ter um edifício abandonado e sinistro quase em equilíbrio em cima de uma falésia (imagem 5) que ao longe me fez lembrar Beirute; e a segunda curiosidade é o painel naif que aparece na imagem 4, apregoando que Porto das Barcas é o mais antigo porto de lagosta do mundo, de acordo com o mítico Jacques Costeau.

Concordo contigo, a LML mistura-se nestes cenários de forma natural, ao contrário da CN, que parece sempre um ovni em qualquer paisagem.

Abraço,

Vasco

ScooterJunkies disse...

Deixa, o que perdes em rapidez, a LML compensa com estilo.
As fotos estão magníficas, como sempre. Tenho de concordar com o Barreto, a LML fotografada em estradas de terra fica brutal.
Enquanto crescia, cá por casa os ensinamentos do Shôr Jacques eram sagrados e o lendário Calypso preenchia uma boa parte do meu imaginário :) Se ele o disse...

Um abraço

VCS disse...

ScooterJunkies,

O Calypso ainda é do tempo da televisão a dois canais :-)

Não tenho como confirmar se a informação do painel é verdadeira, mas também me custa acreditar que se dessem ao trabalho de a pintar sem corresponder à verdade.

Abraço,

Vasco