domingo, 22 de dezembro de 2013

Janela
















Encosto a Bianca junto aos mecos e tapo a vista rasante sobre as colinas. Através de um pequeno visor óptico vejo um imenso quadro de ouro sobre um fundo de sombras, azul e algodão. Imagino aqui a minha janela.




sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Frio na Figueira (II)





Ferrugem e semi-slicks. Duas linhas verticais que, apesar de não se cruzarem, se fundem simbolicamente num objecto único, projectado para ampliar sensações. Usar intensivamente uma clássica, como esta Lambretta do Duarte, exige  pontes entre o antigo e o moderno. Os pneus são o exemplo paradigmático de uma evolução de meio século. E não há nenhuma boa razão para não os usarmos com performance actual. Afinal, ninguém circula com pneus fabricados na década de 1960. 





A poção mágica no recipiente desfocado e azulado é moderna. E crucial para evitar uma salada espontânea de metais dentro dos cárteres. O resto é ouvido. Despe, veste balôn. E ter fé. Muita fé. 




Na Figueira surge sempre um leque de clássicas mais abrangente. A minha Helix não esteve, mas a sua prima que mora em Coimbra não faltou à chamada. Esta cinzenta mantém-se jovem e extrovertida, e no meio das italianas faz sempre um figurão. Olha-se sempre para ela, mesmo quando as Lambrettas estão na praia a fazer topless.





























sábado, 14 de dezembro de 2013

Frio na Figueira






Depois de várias semanas longe de actividade scooterística digna desse nome, rolar num dia de inverno de sol a sol merece um post. O pretexto para vir à superfície respirar foi o encontro anual de amigos do scooterpt que atraiu à Figueira da Foz cerca de três dezenas de scooters e seus condutores. Sem medo do frio.






Vimos amigos, máquinas a fazer fumo e a 946 branca do Marrazes ainda dentro do stand. Como habitualmente, as moscas invadiram carburadores italianos. A minha Bianca, que já no ano passado tinha vindo às Moscas da Figueira, ultrapassou a barreira dos cinco mil quilómetros, pouco mais de mil por ano. É como ter um clássico, mas sem as chatices de um clássico. Por exemplo, gicleurs. Contas de cabeça e afinações de ouvido numa Lambretta com lastro aeronáutico. Nas mãos certas, voa. Mais rápido do que uma mosca. Ou Vespa.