sábado, 23 de fevereiro de 2013

A Lambretta do Essex




Essex, Reino Unido, início da década de 1960. Uma Lambretta TV conduzida por uma jovem mulher de saias, casaco e sapatos de salto, com um pára brisas alto a denunciar um uso utilitário.


A TV é, tal como a vejo, uma das Lambretta mais femininas, cheia de linhas suaves e curvas, onde não se encontram traços tensos. É a antítese de uma scooter agressiva no design, como são, por exemplo, as SX e as DL.


É curioso como hoje em dia as Lambretta são conotadas como scooters para andar de faca nos dentes, rápidas e quase viris, em contraponto às Vespa, mais redondas e amigáveis. Relaxadas. A fotografia relembra-nos que nem sempre foi assim, já que o uso no quotidiano e sem exclusão de género está mais do que sugerido na indumentária desta condutora.


Esta imagem tem origem numa página oficial da British Petroleum, fazendo alusão ao Energol, a designação do lubrificante mineral destinado aos motores a dois tempos usado na época. A mistura seria feita previamente na bomba, à antiga, sem recurso aos actuais copos de medição, indispensáveis para qualquer Lambrettista no século XXI.


Outra diferença para os tempos modernos parece ser o ritmo calmo que a cena inspira. Talvez seja meramente aparente, mas o simples facto de ter um funcionário a abastecer e a receber - actividades que ainda demoram uns minutos - e não apenas a passar o cartão magnético para efectuar o pagamento na caixa, como hoje, convida a uma maior interacção entre os intervenientes. Uma certa humanização desaparecida na pressa quase sempre inútil dos nossos  dias.


Tudo na fotografia é, portanto, anacrónico. Embora pareça vagamente familiar: a bomba BP zoom, o hoje raro funcionário no abastecimento vestido de bata branca, o estilo invulgar do capacete. E uma Lambretta utilitária.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A Scooter, o Cão, e a Ilustração





Criteriosa selecção de scooters clássicas neste calendário ilustrado. Alinhar uma Maico Mobil, uma Salsbury e uma Heinkel no mesmo documento merece uma nota sublinhada, ainda que a intrusa não tão clássica que foi escolhida destoe e acabe por manchar fatalmente o conjunto. Também não sou adepto de caninos, em especial se aparentam ser movidos a energia eléctrica. Mas suspeito que se não fossem eles, a autora,  Lili Chin, não se teria dado ao trabalho de idealizar e executar esta curiosa ilustração. Lendo um pouco sobre a sua actividade, rapidamente se percebe que não é uma ilustração de scooters com cães, mas sim uma ilustração de cães com scooters.
  

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Combate ao Frio




Tenho estado em pousio, a cumprir apenas os quilómetros mínimos semanais aptos a manter as baterias em níveis aceitáveis. As minhas e as das scooters.


Quando olho para o calendário com linhas por trimestre, já consigo ver a ida à Serra da Estrela. Talvez animado por essa proximidade no horizonte dos meus dedos, não resisti a comprar uma manta térmica para as pernas para instalar na Helix. Sim, estou... amantizado :). Na verdade, já tenho há muito um avental daqueles à sapateiro, mas que apenas posso usar - e uso pouco - na Bianca. Devido ao seu formato não é possível utilizá-lo em scooters com os pés para a frente como a Helix. Quem vai passando por aqui sabe que a Bianca não tem sido a minha escolha para viagens, facto que se aliou a um preço tentador para resultar numa compra impulsiva, algo realmente raro em mim.


Hoje fiz alguns testes para verificar se o dito thermo scud funciona bem, e já percebi que tenho que melhorar o ajuste das cintas. Na Helix também não ajuda o facto de ter um travão de pé no ski direito e próximo da saída da plataforma, o que dificulta a fixação da cinta e potencia um desagradável risco de prisão indesejada do pé. Algo a que, por coincidência, estou ainda a habituar-me recentemente depois de comprar uns pedais de encaixe para a minha bicicleta de estrada.





A combater o frio, de pés mais ou menos presos, mas com vista para um horizonte que perspectiva novas viagens com o céu mais azul.